Cariri e Curimataú conviveram com mais um ano de agravamento da estiagem. Confira o mapa das chuvas na Paraíba no ano de 2019.
A chuva é o alento para o homem do campo. São meses de espera e expectativa para que as precipitações ocorram e as plantações possam ocorrer, animando a vida nos sítios. Nas cidades, especialmente nas regiões de alta vulnerabilidade socioambiental, as chuvas significam preocupação e de risco. Na figura abaixo, é apresentado o mapa de precipitação anual na Paraíba, com destaque para os pontos críticos:
Mapa de precipitação da Paraíba no ano de 2019. Fonte: AESA (2020).
Na escala regional, o clima recebe influências de fatores como a continentalidade e maritimidade (distância do local até o oceano, que interfere nas temperaturas), o relevo (que além de interferir nas temperaturas por meio do gradiente adiabático, apresenta influências nas precipitações, especialmente com a ocorrência de chuvas orográficas, ou seja, aquelas que ocorrem devido a proximidade das nuvens com as serras, fenômeno que ocorre com bastante frequência na região do Brejo Paraibano.
Confira agora a lista dos cinco municípios com maiores registros de chuva por região geográfica na Paraíba.
Região da Zona da Mata ou Litoral:
1. João Pessoa: 2.127,4 mm;
2. Alhandra: 2.042,6 mm;
3. Rio Tinto: 1.769,5 mm;
4. Conde: 1.629,5 mm;
5. Baía da Traição: 1.605,8 mm.
Região do Agreste:
1. Pilar: 1.272,7 mm;
2. Natuba: 1.247,2 mm;
3. Riachão do Poço: 1.227,6 mm;
4. Caldas Brandão: 1.146,7 mm;
5. Solânea: 1.140,8 mm.
Região do Brejo:
1. Areia: 1.389,9 mm;
2. Capim: 1.382,9 mm;
3. Jacaraú: 1.301,6 mm;
4. Sapé: 1.294,8 mm;
5. Serraria: 1.262,3 mm.
Região do Cariri/Curimataú:
1. São José dos Cordeiros: 977,6 mm;
2. Nova Floresta: 954,8 mm;
3. Desterro: 918,2 mm;
4. Cuité: 816,5 mm;
5. Taperoá: 801,3 mm.
Região do Sertão/Alto Sertão:
1. Sousa: 1.278,6 mm;
2. Diamante: 1.038,5 mm;
3. Catingueira: 1.005,8 mm;
4. Cajazeiras: 1.003,9 mm;
5. Teixeira: 1.019,3 mm.
Como é possível entender com a leitura dos dados, a região menos chuvosa é o Cariri/Curimataú: única a não registrar municípios com chuvas acima dos 1.000 mm. Na região da Zona da Mata, a mais chuvosa do estado, as precipitações ocorrem principalmente no meio do ano (entre maio e agosto), devido a ocorrência das Ondas de Leste (OL) ou Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL), característica que ainda continua forte no Agreste e no Brejo (estas regiões que também recebem influência da Zona de Convergência Intertropical – ZCIT entre fevereiro e abril e dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis entre dezembro de março). A Zona de Convergência Intertropical – ZCIT e os Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis são os sistemas atmosféricos produtores de chuva com maior potencial de precipitação nas regiões do Cariri/Curimataú, Sertão e Alto Sertão.
O limiar de chuva que caracteriza uma região como semiárida é 800 milímetros de chuva ao ano (existem outros critérios para tal classificação). Como os dados de chuva dos municípios apresentados são superiores a tal limiar, conclui-se que o ano de 2019 foi de Habitual a Chuvoso. Tal característica não pôde ser notada no espaço geográfico por meio de enchentes nos rios, sangria de açudes, dentre outras respostas dos sistemas ambientais físicos devido ao fato de que o estado da Paraíba se encontrar em um período de estiagem que dura desde o ano de 2012, sendo necessário, portanto, alguns anos de chuva na média – ou acima dela – para que o espaço geográfico volte a apresentar características comuns a anos chuvosos.
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